sexta-feira, 30 de outubro de 2009

STICKEL, MARTHA BIERRENBACH & LÍBANO CALIL - SÃO PAULO DE PIRATININGA

EM 1982 PUBLICA A OBRA SÃO PAULO DE PIRATININGA EM FORMATO DE ALBUM.


STICKEL, MARTHA & LÍBANO CALIL


Dr. Érico Siriúba Stickel e Dona Martha me presentearam com a citação de minha obra, "SÃO PAULO DE PIRATININGA - velhos aspectos", tirada com muito carinho e sacrifício, em sua Bibliográfica obra "UMA PEQUENA BIBLIOTECA PARTICULAR".
Lembro-me que naquele carnaval de 1981 eu desenharia para a obra, pois o trabalho sobre o largo São Francisco editado em 1980, já havia feito sucesso mostrando que valeria a pena continuar a obra para publica-la com uma suíte mais cuidadosa, nossa cidade carecia de algo com esse molde para o publico aficionado no assunto, "São Paulo Antigo". Imaginei, que se desenhasse o suficiente para compor um álbum, preencheria uma lacuna nesta bibliografia.
Terminando os desenhos sobre o Pátio do Colégio, Praça da Sé, Conjunto do Carmo, Largo São Francisco, Largo de São Bento e a Vista Com a Várzea do Carmo resolvi elaborar uma grande panorâmica para amarrar o interesse do expectador na obra. O desenho foi feito em três meses no ano de 1982. A panorâmica retrata São Paulo vista por quem chegava do Rio de Janeiro vindo pelo Braz, ainda no século dezenove. Porém é sabido que até 1920 ainda pouco havia mudado. Um conhecido meu na mesma época da edição me afirmara que por ali brincava, enquanto menino, no bairro do Glicério e que era mesmo assim, como ficou retratado.
Enquanto desenhava imaginava um paulistano andando pela antiga Vila e apreciando os monumentos mais importantes. Quem vinha pela rua Direita o objetivo mais provável seria o Pátio do Colégio e Sé.
No desenho "São Paulo - século XIX", a pequena vista do antigo centro da cidade temos o Conjunto do Carmo, o mesmo que também vemos na panorâmica, construído na via Antigo Caminho do Rio, hoje Rangel Pestana. A torre da Sé e do Pátio do Colégio, tudo tirado de cima da torre da Igreja do Convento São Bento.
Na panorâmica vemos o mesmo Conjunto do Carmo, a torre do Convento das Carmelitas, da Sé, os fundos do Solar da Marquesa de Santos, os fundos do Colégio, a torre da Igreja do Rosário, no antigo Largo com o mesmo nome, hoje Praça Antonio Prado, e o Convento de São Bento. Cada um desses temas tem sua prancha com os detalhes.
Procurei amarrar bem o tema retratando, a bico-de-pena, os principais monumentos arquitetônicos, eram patrimônios públicos que o progresso não pôde respeitar.
Para conhecermos então como era São Paulo nos idos do século XIX, a reconstituição artística seria uma maneira de restaurar tudo.
Feito o boneco do Álbum estive em alguns lugares propondo que publicassem a obra, inclusive na Livraria Kosmos com o Sr. Stefan Geiger, que me propôs convidarmos então ao escritor Sérgio Buarque de Holanda que escrevesse a apresentação. Neguei com veemência, pois era meu desejo ter, meu próprio pai como apresentador dos desenhos, fazendo a introdução da obra. No livro do Sr. Stickel está como prefaciador.
Meu pai reclamou, afirmando que já era tempo de eu mesmo compor meus textos. Acabou por faze-lo. Eu reclamei, poderia ser melhor, ele ficou muito bravo. Demorou, mas o fez novamente, ficou tão bom, que até comentei com ele que seu texto havia ficado muito melhor que os desenhos. Meu pai ficou orgulhoso.
Nessa época eu trabalhava na Feira de Antiguidades do MASP, na Avenida Paulista, foi lá que conheci um diretor do Deutch Bank, o mesmo que me apresentou ao seu presidente Sr. Wilken que me propos vender-lhe tudo, desenhos e direitos para publica-los posteriormente. Perguntei-lhe se não era mais interessante comprar-me a edição, que eu mesmo produziria, já que o produto seria entregue como presente aos seus sócios e clientes e a minha maneira tudo poderia ser mais barato. Contratamos tudo verbalmente.
Passei ao trabalho da edição. Pronto o primeiro exemplar fui ao Banco para que fosse aprovado. Ao mostrar então ao presidente, o resultado, em seu gabinete, ele me comentou o seguinte:" Ao que me parece você não está dando muita importância a essa obra, meu rapaz, ela é sim muito importante". Duplicou seu pedido.
Ao chegar no escritório, cedido a mim pelo gentilíssimo Dr. Dilson Funaro, na Av. Paulista, no Edifício Andrea Matarazzo, recebi um telefonema do Sr. Wilken, duplicando mais uma vez, ainda, o pedido. Maravilha!
Nessa mesma ocasião eu frequentava o escritório do Dr. Stickel, ele mantinha ainda em seu acervo a obra de Tarsila do Amaral "Abá-Purú". Lembrei-me que em 1971, ela afirmara-me que não sabia mais nada sobre o paradeiro da obra, que perdera o contato.
Em certo dia Dr. Stickel acabara por vende-la e que já estava arrependido, então saiamos para almoçar em sua casa. Tínhamos muitos assuntos. Creio que foi nesses tempos bons que um dos exemplares de minha obra foi para sua coleção.Tenho saudades dele e de Dona Martha, Dr. Stickel sempre fez questão de demonstrar seu respeito e um amor profundo pela esposa. Fico eternamente grato a ele, a Deus por me permitir conhecê-lo.
LÍBANO MONTESANTI CALIL ATALLAH



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